Que seres incríveis somos nós, e como fico impressionado na quantidade de erros que cometemos justamente em áreas que definitivamente deveríamos acertar para o nosso bem e o bem daqueles com os quais convivemos.
Especialmente no quesito viver a vida com sabedoria, o homem, de uma maneira geral, tem se tornado um verdadeiro expert em fazer o contrário daquilo que Deus sempre desejou.
Tenho pensado nesses dias sobre a loucura do que fazemos com aquilo que Deus tem nos dado: Eu peço algo para Ele com toda força do meu ser, recebo, não curto, não agradeço, peço outra coisa maior, e quando me dou conta percebo que no afã de querer algo melhor e mais valioso fui refém e escravo dos meus olhos, que o pregador do Eclesiastes, no capítulo 4, versículo 8, disse que não se fartam.
Quando não valorizo aquilo que recebi da parte do Senhor por menor que seja, inadvertidamente percorrerei um novo caminho de busca de algo maior e isso fatalmente me impedirá de apreciar deleitosamente o que pedi para Deus.
Para asseverar sobre isso fiz uma breve análise de alguns pedidos importantes que vi algumas pessoas fazerem para o Senhor em momentos cruciais de suas vidas e facilmente percebi que elas haviam chegado muito além do nível de vida, ou de status que pretendiam, mas, no entanto, por não saberem limitar os desejos do coração, ficaram impedidas de contemplarem a beleza daquilo que o Senhor já fizera, e se encontravam ávidas na busca incessante por algo que ainda não tinham.
Mais do que triste, isso é profundamente trágico! Sim, porque é uma verdadeira tragédia saber que em todo o tempo a felicidade esteve tão perto e foi por nós despercebida, porque os nossos olhos, desejo, inteligência e vigor estiveram o tempo todo em algo maior que julgávamos que nos faria felizes.
É uma tragédia sim, porque a vida é implacável e os anos não nos esperam, e quando nos damos conta descobrimos que perdemos os melhores momentos de nossas vidas buscando os melhores momentos de nossas vidas e, fatalmente, aperceberemos que o segredo da felicidade estava justamente em valorizar as coisas pequenas, porque com muito sofrimento descobrimos que as coisas grandes são inatingíveis, não por elas mesmas, mas porque os nossos olhos as farão cada vez maiores.
Mas como encontrar então a felicidade? Como encontrar então o sucesso?
Definitivamente eles não estão atrelados a um conceito matemático em que pudéssemos equacioná-lo. Não! Definitivamente eles não pertencem ao reino das racionalizações. A felicidade e o sucesso são abstratos, subjetivos até, são espirituais, transcendem o reino dos dígitos e aterrissam no meio dos homens. Sim, tem a ver com pessoas, com sentimentos e com emoção. Tem a ver com chegadas e partidas, com choros e gargalhadas, com mimos e presentes, com pés descalços, com corrida na praia, com colo, com cafuné, com cabaninhas dentro do quarto, com joguinhos, com o fazer qualquer coisa com a desculpa de apenas estar junto. Tem a ver com as praças e os seus convidativos bancos para um bate papo descontraído, com comidinha repartida em minúsculos pedaços só pelo prazer de ver por perto quem a gente jamais gostaria que estivesse longe. E então a gente descobre porque qualquer pessoa pode ser feliz nessa vida independentemente do tamanho do saldo da sua conta bancária, do tamanho do seu currículo e dos títulos que possui.
Na visão do ensaísta e filósofo americano, Ralph Waldo Emerson, sucesso é:
“Rir muito e com frequência; ganhar o respeito de pessoas inteligentes e o afeto das crianças; merecer a consideração de críticos honestos e suportar a traição de falsos amigos; apreciar a beleza, encontrar o melhor nos outros; deixar o mundo um pouco melhor, seja por uma saudável criança, um canteiro de jardim ou uma redimida condição social; saber que ao menos uma vida respirou mais fácil porque você viveu. Isso é ter tido sucesso.”
Na visão do rei Davi, no Salmo 133, felicidade é se “aquietar no colo do pai ao invés de andar a procura de grandes coisas e coisas maravilhosas demais para si”.
Diante de tudo isso, alguns então perguntariam: O que fazer diante de tantas pressões num mundo que a todo o momento nos vende a ideia de que devemos estar buscando sempre mais? A resposta pra isso não poderia vir de outro lugar senão a Bíblia, então vamos lá:
Primeiramente, estejamos contentes em toda e qualquer situação, é o que disse o grande apóstolo Paulo! E, dentre outras coisas, isso significa não condicionar a nossa alegria e felicidade em nada a não ser no fato de que somos do Senhor!
Em segundo lugar, sejamos gratos! Se a gratidão fizer parte de fato das nossas vidas as pequeninas coisas nos preencherão de uma forma impressionante, terão muito mais sentido e nos farão mais parcimoniosos.
E, em terceiro lugar, sejamos moderados. A palavra de Deus vai nos dizer que a moderação em tudo é boa! Ela nos trará saúde, nos livrará de muitas esparrelas e será um verdadeiro elixir para nossas mentes e corações.
Finalizando esse pequeno ensaio sobre ser feliz com o que já temos, gosto de pensar sobre a bela imagem que o Senhor Jesus projeta pra nós sobre dois seres totalmente felizes, e o são porque simplesmente são cuidados pelo Senhor, observem:
“Observai as aves do céu: não semeiam, não colhem, nem ajuntam em celeiros; contudo, vosso Pai celeste as sustenta. Porventura, não valeis vós muito mais do que as aves? Considerai como crescem os lírios do campo: eles não trabalham, nem fiam. Eu, contudo, vos afirmo que nem Salomão, em toda a sua glória, se vestiu como qualquer deles.” Mateus 6
Que o Senhor nos dê a grandeza e a sabedoria de reconhecê-Lo nas pequeninas coisas maravilhosas que Ele tem nos concedido. Amém.
Pr. Élio Morais
Eita, Tio Elio! Sempre profundo! Que continue usando a sua vida.
Obrigado, Juju! Vc é uma grande incentivadora. Bjooooo!
Querido pastor Élio! Li teu artigo e parabenizo o prezado por tamanha lucidez espiritual e relevância! Reitero o que te disse ontem. Escreva um artigo sobre a ambição, quando ela é construtiva e quando ela é nociva. Outra coisa, algum dia reúna teus ensaios em forma de livro. Quero ser o primeiro a adquirir!!