A SÍNDROME DE ELIAS E O PERIGO DAS GENERALIZAÇÕES

Publicado: novembro 3, 2016 em Uncategorized

 

generalizacoesEstamos vivendo dias terrivelmente difíceis onde o mal triunfa sobre o bem na família, na política, nos negócios, nas relações sociais e interpessoais, e também na igreja local. A operação do erro e da iniquidade acontece de uma maneira devastadoramente real e somos tomados de certa expectação horrível de que o mundo está descontroladamente perdido e sem jeito. Ao olharmos de um lado e de outro teremos que concordar sim com o grande escritor Ruy Barbosa, que disse: “De tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça. De tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra…”.

É tanto erro, tanta sujeira, tanta enganação (tantas vezes e de tantas maneiras), que desiludidos e perplexos empreendemos uma caminhada inglória como que querendo jogar a toalha mesmo, e começamos a agir como se nada de bom existisse, nem gente de bem, nem coisas boas e virtuosas e, tampouco, vislumbramos a possibilidade de que algo bom pudesse acontecer, e somos tomados, eu diria, pela síndrome de Elias: um conjunto de sinais ou sintomas que começam a tomar conta de nós. Sentimentos ruins que nos paralisam e nos levam a fazer uma leitura errada de mundo. A frustração e o pessimismo tomam conta da nossa mente e do nosso coração e achamos que o mal não somente triunfou, mas aniquilou com todos e, à semelhança de Elias, se não nos cuidarmos, poderemos querer também entrar numa caverna e morrer.

O maior perigo dessa síndrome são as generalizações que invariavelmente acontecem e são extremamente nocivas e nos atrapalham demais, pois pior do que o mundo difícil em que estamos vivendo é achar que todos nele são iguais e agem da mesma forma.

Está de fato tudo muito difícil, isso é inegável, definitivamente os dias são maus, mas não podemos cometer o gravíssimo erro que Elias cometeu ao achar que não havia mais ninguém justo no seu mundo! Que generalização grave e terrível – Elias achou que todo mundo era igual ao rei Acabe e sua mulher Jezabel! Elias achou que os fiéis da terra haviam todos sido extirpados e quando cometemos essa insanidade nós corremos o risco de cometer muitas injustiças e de ficarmos cegos para aquilo de bom e maravilhoso que Deus tem conservado no mundo! Nós corremos o risco de desconsiderar que o Deus soberano tem tudo em Suas mãos e que definitivamente não tem nada fora do controle absoluto que Ele tem sobre todas as coisas!

Podemos constatar o avanço descontrolado do mal e da corrupção no mundo sem, contudo, achar que não há mais homens virtuosos nele! Podemos admitir que a desonestidade tenha chegado a níveis horrorosos e avança de forma incrivelmente assustadora, mas não precisaremos agir como se não existisse mais gente séria e honesta no mundo! Pode ser inegável, por exemplo, que a promiscuidade e a banalização do uso do corpo estejam se alastrando e assumindo contornos alarmantes, e sendo estimulados de maneira cruel e perversa por diversos setores de nossa sociedade que deveriam defender os bons costumes, mas jamais será verdade que não há mais nenhuma pessoa séria no mundo, que seja leal, fiel e verdadeira, e que valorize a família.

É inegável que estamos vivendo dias horrorosos? Sim é! Mas é inegável também que há muita gente boa e séria no mundo! Há gente sim que não se corrompe, que não sonega, que paga suas contas em dia! Há marido fiel sim! Há homens de negócio que são corretíssimos! Existem sim jovens que não se contaminam com as imundícies do mundo, filhos que obedecem e que honram seus pais! Há pastores sim que não se apascentam e cujo Deus não é os seus ventres! Há homens e mulheres sim que odeiam a mentira, que cumprem a lei, que não se pervertem; que promovem a paz, que são voluntariosos e que são sensíveis às necessidades do próximo.

Enfim, voltando a Elias: “Há sete mil que não se dobraram para Baal!” Deus, com a longanimidade que Lhe é peculiar, trás Elias à lucidez dizendo-lhe: – Elias há ainda muita gente boa no mundo e trate de encontrá-los e somar-se a eles, ok?! E como o nosso Deus tem um profundo senso de humor a primeiríssima pessoa que Elias vai encontrar depois dessa crise será aquele que se tornará o seu valoroso sucessor: Eliseu, homem maravilhoso, correto, piedoso e extremamente parecido com o próprio Elias – que ironia! Faltam agora seis mil novecentos e noventa e nove! Abaixo as generalizações e que tenhamos olhos e boa vontade para encontrarmos e valorizarmos as pessoas de bem nesse mundo mau!

Que Deus nos abençoe. Amém!

Pr. Élio Morais

comentários
  1. samuel florencio disse:

    A paz amados, hoje amanheci trazendo no pensamento a mensagem da síndrome de Elias. Sou pastor, estudante de psicolologia, e há meses venho ruminando acerca de Elias, seu orgulho, sua soberba, sua altivez, em nada parecido com Cristo, contudo, por que estamos produzindo discipulos no padrão de Elias e não do Senhor Jesus? Abri meu coração para escrever sobre este tema, e pude beber nesta página, água limpa e sadia que me ajuda sustentar não uma tese ou teoria, mas uma verdade. Não há dúvida da integridade espiritual de Elias, contudo, quando achavam que Jesus fosse o novo Elias, significa o desconhecimento de quem é Elias de fato, e o não conhecimento de quem é Jesus. Esta mensagem é muito oportuna neste momento que há uma tentativa de politizar a fé em nosso país, e há crentes escrevendo que se for necessário pegar em armas para formar uma nação cristocêntrica, não posso esquecer da síndrome e do fenômeno Elias não reconheceu que a criação de Israel, a separação de Judá, foi um ato determinado por Deus, que embora não seja político, Ele é o Senhor de todas as nações. Não reconhecer a soberania de Deus presente em Israel, era desconhecer que o controle está nas mãos de Deus, e Elias queria que ficasse em suas mãos. Deus o abençoe Pr. Élio, por nos compartilhar mensagem de tamanha relevância aos nossos corações.

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