Meus olhos estão tristes pela deprimente dor. Sinto medo continuamente – um verdadeiro pavor. Tenho um enorme vazio no peito e uma grande amargura na alma. Uma vida difícil, sem jeito, e nada que ofereça calma!
O ópio é meu lenitivo pra lidar com a frustração, e fica tudo mais árduo – não tem fim a desilusão! Sou um desconhecido de mim mesmo, meu nome é perdido. Nada me é favorável – fui mesmo esquecido!
Em minhas noites insones, geladas e de tremenda solidão só encontro quem me abandone em minha cruel situação. Minhas manhãs? Não as quero, é puro sofrimento, remorso e ressentimento!
Vivi uns dias, frenético, procurando a tal felicidade. Depois conclui, cético: não a encontrarei, é raridade! Pessoas me molestam, outras me fazem mal, será que todos apenas detestam, e o amor não é real?
Estou escravo de um mau senhor, sou meu maior inimigo, levo uma vida de horror, vivo em constante perigo! Mas, que vida é essa então? Não, isso não é vida não! Na verdade isso é morte, isso é separação!
Não, não dá mais para mim, não posso continuar assim, passei do limite, alguém, por favor, grite! Grita bem alto, grita bem fundo, por favor, dê um salto, salva esse moribundo! Estou perecendo, é pura escuridão, meus ossos estão doendo, clamo por compaixão!
Será que não há alguém, quem sabe depois da porta? Será que não há alguém, um que se importa? Será que alguém ouvirá, se importará e sairá? Será que alguém se importará, levantará e agirá?
Ouço passos… Alguém está se aproximando… É você, que acordou para esse morto? É você, que deixou o seu conforto? É você, bom samaritano, que vieste livrar-me do engano? É você, amoroso pregador, que vieste anunciar o Salvador? É você, atrás da porta? É você? É verdade? Você se importa?
Pr. Élio Morais
Emocionante pastor este texto…parabéns