Muita coisa tem se falado sobre o jogo da nossa seleção em dia e horário de culto, e isto tem gerado mal estar em alguns corações, e cabe aqui uma reflexão a respeito.
Primeiramente quero deixar claro que não estarei entrando no mérito de se ir ou não, de se ficar ou não. O mérito aqui é o julgamento que se tem feito.
É claro e patente que não adorou verdadeiramente e peca o irmão que se julga superior àquele que ficou em casa. Também estou certo que peca aquele que não aceita a decisão do irmão que preferiu cultuar na igreja.
Não é maduro espiritualmente o irmão que foi para igreja no horário do jogo e está julgando quem não foi, assim também como não é maduro espiritualmente quem ficou assistindo ao jogo e está julgando quem foi cultuar.
A questão, prezados, é que não é MAIS ADORADOR quem abriu mão do jogo para estar na igreja, tampouco, é MENOS ADORADOR quem não o fez. Se essa fosse a medida da adoração ela seria totalmente deficiente, pois facilmente poderíamos encontrar pessoas que tem sido infiéis a Deus em muitas áreas, e que foram à igreja naquele dia, e pessoas que tem sido fiéis a Deus, e que ficaram em casa – ou julgar o que foi ou o que ficou não é um traço de infidelidade?
A verdadeira adoração deve ultrapassar, e muito, o conceito da adoração presencial no templo – Jesus queria que a mulher samaritana entendesse isso (Jo. 4.23).
Deve nos preocupar, sim, o deixar de congregar, que nos fala o autor de Hebreus (10.25), mas faltar a um culto está muito longe de ser característica daquele que não está congregando.
Sempre na adoração o que está em VOGA não é o adorador, mas o objeto da adoração. Por conseguinte, quando nos gabamos, nos jactamos e nos enaltecemos de termos adorado a Deus e criticamos quem não o fez, estaremos fazendo uma transferência horrível, pois o objeto da adoração acaba sendo nós mesmos. Ou seja, prezados, o mérito deve ser sempre do Deus digno da adoração e, jamais, do adorador!
Por isso, parece-me estranho alguém que tendo adorado, não tenha outro sentimento que não seja o da fragilidade, o da miserabilidade, e o da consciência da total falta de merecimento de qualquer ato de bondade da parte do nosso Deus. Dessarte, quem adorou de fato e de verdade, não encontrará espaço na mente e no coração para o julgamento do seu semelhante. Basta ver entre o fariseu e o publicano (Luc. 18.14), qual deles desceu para casa justificado. Notem! Jamais o verdadeiro adorador se gabará de ter adorado e, muito menos, julgará quem não o fez!
Finalizando, acho muito perigoso quando limitamos nossa adoração apenas ao culto no templo, uma vez que depois do domingo vem a segunda, a terça, a quarta, e os demais dias da semana, e em todos eles o nosso Deus deve ser adorado verdadeiramente, e quer ser o centro de nossas vidas e, provavelmente, prezados, a primeira e maior adoração que podemos prestar ao nosso Deus todos os dias seja a de estar andando como o Seu Filho Unigênito andou.
Agora, encerrando mesmo essa reflexão, quero deixar algo para pensarmos: Como deverá ser de fato o nosso culto racional, conforme Paulo nos exorta a prestá-lo em Rom. 12.1? Parece-me que não tem muito a ver com o culto no templo. Vale a pena conferir todo o texto.
Que o Senhor nos ajude a compreendermos melhor sobre as reais implicações da verdadeira adoração.
soli deo gloria.
Pr. Élio Morais