QUANDO O SE IMPORTAR COM O OUTRO FOR A DECISÃO MAIS IMPORTANTE

Publicado: julho 18, 2014 em Uncategorized

EU ME IMPORTO 8A cidade de Gadara nunca mais seria a mesma! Ali, Jesus acabara de realizar um grande milagre ao acalmar uma violenta tempestade, e quando desembarca juntamente com seus discípulos, de imediato, vem ao seu encontro um homem que era escravizado por muitas coisas (Luc. 8. 26-39).

Como era triste e necessitado aquele pobre endemoninhado! Ele vivia em trevas horríveis, vagava pelos sepulcros, as correntes não o detinham e, tampouco, alguém conseguia prendê-lo. Seus conterrâneos corriam dele, seu aspecto era assustador, e era lamentável a sua situação – parecia que o seu sofrimento não teria fim!

Mas se por um lado as pessoas corriam de medo daquele homem, por outro lado, Jesus o atraía com terno amor. Aliás, isso é bem próprio daqueles que se importam. Na verdade, isso é bem próprio do Senhor Jesus, pois Ele dá atenção a uma prostituta, ao invés de expor os pecados dela e de lhe atirar pedras. Ele toca com ternura e sem nenhuma necessidade num leproso, ao invés de sentir asco ou repulsa. Ele estabelece um diálogo e se compadece de uma mulher samaritana, quando todos a humilham. EU ME IMPORTO 5Ele come na casa de um cobrador de impostos, de caráter pouco recomendável, ao invés de passar longe dele, ou insultá-lo, ou repreendê-lo. Ele percebe que uma pobre mulher enferma toca as suas vestes em meio a uma grande multidão, ao invés ignorá-la encerrando-a no anonimato. Ele manda um singelo recado, com toda deferência, a um discípulo que acabara de negar que O conhecia, ao invés de sentir rancor dele e não mais querer vê-lo. Ele se revela espetacularmente a um Saulo, perseguidor da Sua igreja, ao invés de vingar seus assassinatos. Ele atrai irresistivelmente um endemoninhado em plena crise, ao invés de sentir medo e fugir de perto dele.

Quando nós nos importamos com as pessoas, invariavelmente, nós seremos agentes de transformação de suas vidas, pois o se importar pressupõe o se envolver, e envolvimento gera ações e esforços que resultarão em benefícios para aqueles que serão objetos do nosso favor!

EU ME IMPORTOJamais alguém se importou tanto com as pessoas como fizera o Senhor Jesus; e cada vez que isso acontecia tudo se fazia novo!

prostituta volúvel se torna uma recatada serva e seguidora do Senhor Jesus! O leproso fétido e machucado vira um discípulo de pele e coração purificados. A mulher humilhada, cheia de amargura, se torna uma importante proclamadora do Evangelho – uma testemunha viva do amor de Cristo. O cobrador de impostos, explorador e corruptor, nasce de novo, e agora, homem correto e íntegro, se dispõe a consertar tudo de errado que fizera, e a restituir todos que defraudou. A mulher enferma, incapacitada pela doença, agora é uma saudável e temente cooperadora do Senhor Jesus. O discípulo medroso e mentiroso é transformado num apóstolo ousado, vigoroso e intrépido. O irascível perseguidor do povo de Deus vira plantador de igreja, e se transforma no maior apóstolo entre os gentios.

EU ME IMPORTO 4Mas precisamos voltar a Gadara, porque o pobre e necessitado endemoninhado, antes escravo de muitas coisas, agora tem um brilho novo no olhar! Agora ele olha ternamente, fica compassivo e dócil, e não mete medo em mais ninguém. Muito pelo contrário, agora as pessoas o procuram e querem saber o quê ou Quem o transformara tanto!

Pensando em tudo isso, faço duas considerações finais: A primeira, é que ao contemplar todo sofrimento pelas quais as pessoas passam, sou levado a crer que Deus sofre. Afinal, não há coração bondoso e compassivo que suporte ver alguém, feito à Sua imagem e semelhança, em situações tão tristes e carentes da Sua intervenção. E, justamente porque Deus sofre com o sofrimento alheio, é que Ele deseja que nos importemos com aqueles que, à nossa semelhança, estão sujeitos a todo tipo de mazela, dificuldade, maldade, injustiça e desamor!

EU ME IMPORTO 2A segunda consideração, é que sempre que nos envolvermos e favorecermos de alguma forma alguém, ou uma causa justa, muito provavelmente aquele favor respingará em nós mesmos, afinal, o próprio Senhor Jesus estabeleceu o princípio da maior bem aventurança do dar.

Mas o quê nos falta fazer, então, para que as coisas melhorem um pouco? Para que o mundo de alguém fique menos doloroso? O quê nos falta, então, para que uma ponta do cobertor que aquece os nossos pés numa longa e fria noite esquente também os pés daqueles que não conseguem dormir de frio? O quê nos falta, então, para que um pouco da comida que sobeja em nossa mesa, e que muitas vezes vai para a lixeira, chegue àqueles cujo ronco no estômago os lembra incomodamente  que estão vivendo à margem, e que parece terem sido totalmente esquecidos, e que a vida é assim mesmo? E ainda, o que nos falta, então, para que a as benesses da salvação em Cristo Jesus, o privilégio de conhecê-lo e de ser salvo por Ele, ultrapassem as paredes do templo, e a anunciação do Evangelho chegue com todo o vigor aos ouvidos sofridos daqueles que perecem?EU ME IMPORTO 3

Falta-nos importarmos! Falta-nos dar importância! Pode parecer redundância, pode parecer repetitivo, pode não ser uma construção gramatical ou literária que cause impressão, mas o fato é que carecemos de ler e de ouvir, pois dificilmente correlacionamos nos importarmos com dar importância!

Infelizmente, o ser humano não é afeito a se importar com algo que não esteja relacionado consigo. Podemos dizer também que ninguém precisa do menor esforço para querer sempre mais e o melhor para si. Mas isso é tremendamente trágico, porque, definitivamente, nós não somos uma ilha, e fomos feitos para vivermos socialmente e com grande responsabilidade, pois vivemos num mesmo barco chamado planeta terra que a cada dia fica menor, mais povoado, e por força da globalização, tudo aquilo que fizermos ou deixarmos de fazer pelo próximo repercutirá cada vez mais velozmente.

EU ME IMPORTO 10Não, nós não somos uma ilha! Sim, nós precisamos cuidar bem de nós e do nosso próximo! Não fazê-lo será um desnecessário e trágico tiro no pé que poderá ter um custo social tremendamente alto, e um custo espiritual eterno!

Vamos nos importar de verdade?

Pr. Élio Morais

 

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comentários
  1. Wellington Campos disse:

    Tempos atrás tive uma empregada doméstica que veio de Malhada/Ba e chegou em minha casa num estado deplorável. Tinha mau hálito pelos dentes comprometidos, tinha odor fétido nas axilas e onde colocava as mãos ficava com mau cheiro. Literalmente desfalecia e sequer conseguia segurar a nossa filha de 06 meses de vida à época. Não tinha documentos. Não estudava. Sanamos todos os seus problemas de saúde, documentos foram tirados, a matrícula na escola fora feita e o salário foi religiosamente dado. A recolhemos dentro de nossa casa. Separamos um quarto novo com cama, quarda-roupa e com toda privacidade garantida.

    Ao final de um ano e meio, por má influência de uma colega de escola, após alguns desentendimentos com a minha esposa sobre a qualidade do serviço, mas, nada que levasse à humilhação ou a qualquer tipo de exagero, a mesma nos levou às barras do tribunal trabalhista e exigiu valores astronômicos, alegando, inclusive, danos morais, horas extras, saldo de salários e salários não recebidos.

    Como em casa de ferreiro o espeto é de pau, e tudo se baseava na boa-fé e na palavra de honra, não nos acautelamos com os devidos recibos. Como quem paga mau deve pagar duas vezes, o juiz nos forçou a fazer um acordo. De R$ 12 mil reclamados, a demanda se encerrou em R$ 3.500,00 divididos em 07 parcelas.

    Lendo o seu artigo acima, me lembre o que comentei com o juiz: de tanto ver a malandragem das pessoas, agente acaba por ficar insensível com o sofrimento alheio, pois, procura ajudar e acaba se comprometendo. Por isso que o mundo fica cada vez mais mau, indiferente.

    Enquanto eu falava a assistente do juiz arregalava os olhos de admiração. Para minha surpresa o juiz me disse: “É… isso serve de lição para mim, pois, tenho a mesma situação sua em minha casa”. Algum tempo depois soube que a colega que havia colocado “minhoca” na cabeça de minha secretária queria ficar com o dinheiro do acerto trabalhista e aí a “amizade” se encerrou. Não acompanhei mais o estilo de vida.

    • De fato, querido amigo, Dr. Wellington, essas experiências nos são muito dolorosas. Entendo perfeitamente tudo isso e conheço casos muito parecidos, inclusive na família. Nossa reação humana é de desistir com o ser humano tão decaído e carente de qualidades, mas, graças a Deus, não o fazemos porquanto Ele, Deus, também não desiste de nós. Ademais, se formos levar em conta infidelidades e merecimentos, nem nós mesmos seríamos dignos de quaisquer deferências dos nossos semelhantes ou, até mesmo, da parte de Deus. O que me trás alento é a vida que nos está reservada no Céu! Ali não haverá qualquer tipo de atitude imperfeita, e é para lá que vamos. Maranata! Enquanto isso, vamos nos ajudando em nossas imperfeições e falhas. Abraço, amigo! Deus te abençoe e te guarde!

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