SUZANO, SP – NOSSA RESPONSABILIDADE NESSA TRAGÉDIA!

Publicado: março 14, 2019 em Uncategorized

Depressed and hopeless

O que leva um jovem a fazer o que fizeram esses dois que assassinaram pessoas tão indefesas, que estavam num lugar que, em tese, deveria ser tão seguro como a casa da gente? Acho que não há somente uma resposta, contudo, uma consideração a fazer aqui. Não é o que leva, mas, que caminhos percorreram esses jovens até chegar ao ponto que chegaram, afinal, não se torna um assassino da noite para o dia!

Repensar a juventude é um dever de pais, professores, pastores, políticos, médicos e cientistas! Repensar para traçar diretrizes! Repensar para evitar ou adiar o caos até aonde der! Repensar para não ser surpreendido com o inimigo dentro da própria casa! Repensar para dar sentido a vida de jovens que não estão nem aí para a vida dos outros e, muito menos, para as suas próprias vidas – “parto para outra e levo um punhado comigo”!

Muitos jovens dessa geração têm vivido solitariamente mergulhados nas profundezas da Internet. São protagonistas apenas nos vídeos games violentos – único prazer e satisfação que alguns possuem que lhes dão um pífio sentimento de que são alguma coisa na vida! São solitários porque não se relacionam com ninguém, não dividem nada, não compartilham suas dores e nem podem sofrer as dos outros, pois, os outros não existem, são virtuais, são subjetivos, são binários, são zero e um, e quando se materializam não tem significância nenhuma!

Muitos deles, e muitos que estão bem próximos de nós, têm vivido à margem do seu próprio núcleo familiar e desconhecem cada vez mais o que é afeto, o que é responsabilidade, o que é limite, o que é dar satisfação, o que é pedir a bênção, o que é valorizar e ter paciência com o idoso, o que é afagar um lindo bebezinho e, sobretudo, não sabem mais o valor de estar em casa seja para não fazer nada!

Ensiná-los que a vida normal de ser vivida é uma vida de contrapartidas claras onde não há somente direitos e prerrogativas, mas, também deveres e obrigações, talvez seja um grande passo para não mais vê-los metralhando pessoas nas escolas!

Penso agora naquele pai que teme ao Senhor, retratado no Salmo 128 – que tem os seus filhos ao redor da mesa – ah, que valor maravilhoso o de uma família que sempre se reúne em volta da mesa para se ter ditosa comunhão! Ali, no recôndito familiar, é lugar de dar e receber afeto, mais do que isso, é lugar de dar satisfação, um pouco mais ainda, é rigorosamente o lugar de receber instrução do líder espiritual da casa, do sacerdote do lar.

A rigor, oferecer um ambiente familiar para os jovens dessa geração deve ser condição essencial para o desenvolvimento saudável deles e para que eles sejam cidadãos de bem, que vivam a vida com responsabilidade e dentro da normalidade que se espera de seres ajustados emocionalmente e psicologicamente. Não fazer isso é simplesmente entrega-los a um submundo nefasto e sórdido para serem forjados a ferro e fogo  numa vida sem princípios e sem referenciais que, por consequência, os farão trafegar por caminhos onde não terão olhos para ver nem rostos nem corações – serão zumbis vendo zumbis – quando deveriam ser seres humanos vendo e agindo como seres humanos!

Que o Senhor nos ajude, então, a oferecermos a contrapartida que nos cabe especialmente para as crianças e adolescentes da nossa geração ou pereceremos juntamente com eles e ainda seremos responsabilizados por Deus!

Pr. Élio Morais

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